Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024
Há exatos dois anos, a seleção brasileira sofria a derrota mais vexatória de sua história. Diante de um Mineirão lotado, o Brasil tomou 7 a 1 da Alemanha e foi eliminado da pior forma possível da Copa do Mundo, no dia 8 de julho de 2014. Desde então, o futebol brasileiro parece não ter se encontrado. A prova disso está no fato de que é possível fazer a “reconstituição” dos 7 a 1 só contando fatos que aconteceram com a seleção desde aquele fatídico dia.
Totalmente desmotivado e ainda sem Neymar (que estava lesionado e não participou da semifinal contra a Alemanha), o Brasil foi para a disputa do 3º lugar contra a Holanda. O jogo era a chance de se despedir da Copa de forma mais digna, mas o 3 a 0 e o massacre sofrido fez com que jogadores desejassem que aquela Copa do Mundo terminasse o mais rápido possível.
Depois da Copa do Mundo, o que os torcedores mais queriam era uma mudança. Felipão, que era conhecido pelo feito título mundial de 2002, estava com a pecha de ultrapassado. Para o lugar dele, torcedores pediam “sangue novo”. Nomes como o Tite, Muricy Ramalho e até de estrangeiros (como o espanhol Guardiola) estavam cotados. Contudo, a CBF surpreendeu e escolheu Dunga (técnico derrotado na Copa de 2010) para assumir o cargo. A escolha gerou desconfiança.
Apesar de extremamente contestada, a gestão do grupo de preside a CBF parecia intocável. Tudo mudou no dia 27 de maio de 2015. Em uma operação deflagrada pela Justiça dos EUA, o ex-presidente da CBF José Maria Marin foi preso em Zurique, na Suíça. A prisão foi efetuada antes de um congresso da FIFA. Marin acabou extraditado para os EUA e ofereceu garantias para ficar em prisão domiciliar em um luxuoso hotel.
A primeira competição disputada pela seleção brasileira após a Copa do Mundo foi a Copa América do Chile. Invicto até então (veja mais detalhes no último item), a seleção parecia terrecuperado o favoritismo. Porém, com a expulsão e a suspensão de Neymar, a seleção desandou: perdeu para a Colômbia por 1 a 0 e foi eliminada pelo Paraguai nos pênaltis nas quartas de final.
Após o escândalo de corrupção envolvendo Marin e outros dirigentes, a pressão sobre Marco Polo Del Nero aumentou significativamente. Depois de ser convocadopara falar na CPI do futebol do Senado e ser indiciado por suspeita de corrupção, ele se licenciou da CBF em dezembro de 2015. Em seu lugar, ficou o coronel Antonio Carlos Nunes. Em abril, Del Nero reassumiu o posto.
A eliminação na Copa América não abalou o posto de Dunga. Afinal, o foco da seleção era a classificação para a Copa do Mundo de 2018. Porém, o cargo dele começou a sofrer abalos no início da campanha. Após seis rodadas, o Brasil havia conseguido vencer apenas dois jogos (contra Peru e Venezuela em casa) e estava em sexto lugar na classificação. Ou seja, se a Copa fosse hoje, a seleção estaria fora. Restava ao técnico e ao time tentar provar algo na Copa América Centenário.
Na Copa América Centenário, Dunga teria a última chance de mostrar que poderia continuar na seleção brasileira. Mas a campanha vexatória e a eliminação na primeira fase (com direito a derrota para o Peru com gol de mão) culminaram nademissão do técnico. Quem assumiu a seleção em seu lugar foi Tite, dessa vez unanimidade. Ele entra no comando do time com a obrigação de fazer a seleção engrenar.
Tão insignificante como o gol de Oscar, último da derrota por 7 a 1 para a Alemanha, é o fato que o Brasil manteve 100% de aproveitamento em amistosos desde 2014 até hoje. Ao todo, foram 13 jogos e 13 vitórias. Alguns deles contra adversários fortes como Argentina e França. Ou seja, em jogos amistoso, o Brasil ainda é um adversário respeitável.