Sexta-feira, 18 de Julho de 2025
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, apresentou à presidenta Dilma Rousseff uma lista de
ações que pretende promover nos próximos anos, com o objetivo de melhorar a segurança hídrica no estado. As propostas iniciais de oito obras foram orçadas em R$
3,5 bilhões, segundo o governador, e envolvem empreendimentos com prazo de execução que variam de nove meses a dois anos e meio.
O formato de como as obras serão financiadas e o detalhes de cada projeto não foram apresentados na reunião desta segunda-feira (10), de acordo com a ministra do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Ela informou que uma nova reunião foi marcada para o próximo dia 17, quando as propostas serão aprofundadas pelo
governo estadual.
Garantindo não haver risco de desabastecimento de água a curto prazo, o governador de São Paulo disse que a proposta apresentada a Dilma é de novas obras. Segundo
ele, várias obras para melhorar o abastecimento estão em andamento. “Nós temos repetido isso desde o início do ano. Nós temos em São Paulo um sistema extremamente
forte, nem entramos na segunda reserva técnica do Cantareira. Então, não são obras para amanhã; as obras para amanhã estão sendo feitas. Nós vamos entregar neste
mês de novembro mais um metro cúbico por segundo (m³/s) do Guarapiranga. Mais 300 mil pessoas saem do Cantareira”, informou.
“A presidenta viu com bons olhos o conjunto das obras, mas nós vamos ter uma conversa mais aprofundada para que ela bata o martelo naquilo que o governo federal
ajudará São Paulo”, disse a ministra Miriam Belchior, complementando que, do meio para o fim da semana que vem, poderá haver uma resposta do melhor formato de
financiamento. “É comum a presidenta dizer que o montante de recursos, claro, depende da nossa capacidade, mas, fundamentalmente, depende da importância das obras
a serem realizadas. Se durante o processo de discussão estiverem claras a importância das obras para o abastecimento da região, nós poderíamos até apoiar tudo”,
afirmou.
O primeiro empreendimento proposto é a interligação da represa Atibainha, do Cantareira, à represa Jaguari, do rio Paraíba do Sul. Na semana passada o presidente
da Agência Nacional de Águas, Vicente Abreu, afirmou ser possível a transposição das águas do Paraíba do Sul (LINK). Outras obras apresentadas à presidenta
envolvem a construção de dois grandes reservatórios, a criação de duas estações de produção de água de reuso, a interligação do Jaguari com outro rio, o Atibaia,
além da perfuração de 24 poços para abastecer a região de Campinas.
Após explicar o trajeto do Paraíba do Sul, o governador disse o que o governo de São Paulo pretende implantar o projeto. “Em média, o Paraíba do Sul tem 200 m³/s.
O que estamos falando da interligação é de 5 m³/s, e podemos colocar mais água no Paraíba, porque a interligação é de mão dupla. […] Então você dobra a capacidade
de preservação para São Paulo e para o Rio de Janeiro”, disse.